domingo, 11 de dezembro de 2011

Férias? De quem?

Não ganhamos 13º, não temos férias e ainda ficamos tanto tempo sem atualizar?

É porque estamos preparando a recepção dos ingressantes do ano que vem.

Você quer ajudar? Entre na nossa lista de e-mails: https://groups.google.com/group/pos-unicamp?hl=en

Lá tem o projeto, atribuições...

Até mais!

sábado, 29 de outubro de 2011

Pra que votar? A pós é tão desconhecida e mágica...

É, ando fazendo muitas paródias mesmo. Mas hoje queria lembrar por que votar para CONSU e CCPG, mesmo não tendo quorum mínimo necessário, mesmo que um candidato possa estar lá com 5 votos e ninguém mais precise conhecê-lo.


Geralmente, eu falo muito sobre participar, ir lá, se candidatar, ter trabalho, assumir compromissos... Mas hoje não. Acho que entendi, depois desses anos na pós da UNICAMP, que às vezes basta votar, basta ir fazer número numa reunião, basta conhecer o mínimo. É necessário, enfim, pouco trabalho da maioria dos estudantes para aqueles que estão a fim possam trabalhar, ocupar espaços de representação, assumir compromissos.


Há, entre nós, alunos, poucos, realmente dispostos a participar politicamente na vida universitária – o que não é mérito a mais nem a menos, porque há outros que se dedicam a mil outras atividades que nem vou tentar começar a enumerar – então, basta seu apoio, seu voto, seu eventual comparecimento a algumas reuniões importantes (onde geralmente tem pelo menos um cafezinho e bolinho, porque ninguém é de ferro).


Por mais que sejam eleitos representantes empenhados, sejam construídas APGs e haja RDs nas mais diversas instâncias, estas pessoas não são clarividentes. Portanto, alguns minutos, eventualmente, são necessários pra que saibamos quem você é, quais são seus anseios, o que você quer do seu instituto e da pós-graduação. Recorrendo a instâncias políticas, você ganha o anonimato, porque há aqueles dispostos a conferir se há outros na mesma situação e cobrar nas instâncias corretas.


Acredito que posso pedir, em nome de muitos RDs que vocês, também pós-graduandos, dediquem eventualmente o tempo de leitura deste texto curto (ou um pouquinho mais, sejam legais) a ler os e-mails de seus RDs, ir a reuniões importantes e, sobretudo, votar conhecendo minimamente seu candidato.


Cada um fazendo o que pode, podemos fazer muito pela pós-graduação.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

#euescolhiopropos

Venho, nessa madrugada insossa, de escrita de carta para Ministro e incertezas sobre o possível ato de amanhã, explicar com mais calma pra quem não conhece o pró-pós, falar de sua composição e de, porque, enfim, escolhi militar neste espaço. Então, isso é um relato. Sintam-se à vontade pra debater.


O Pró-pós começou a se articular em 2007 – quando eu ainda não estava na Unicamp – composto por APGs principalmente das exatas e tecnológicas. Quando entrei no mestrado, havia rumores de que esse era um grupo do mal, que queria calar os estudantes ocupando os cargos administrativos e eram simples marionetes da Reitoria.


Um dia, O Vinícius, então RD do MDCC (Mestrado em Divulgação Científica e Cultural) veio procurar outros RDs do IEL para uma reunião com esse grupo. Fui eu lá com os dois pés atrás. Quando chego, encontro uma cartilha de “como montar uma APG”. Pensei “o que eu vim fazer aqui?”. Explico: até o momento, o CAL representa também a pós e a discussão levantada em 2009 sobre o tema decidiu manter a situação. Está na hora de rediscutirmos.


Com o passar das reuniões, percebi que os boatos eram fomentados por todo aquele preconceito de que “engenheiro não saca nada da sociedade”, o que pode até ser verdade em alguns casos, mas não nesse. São pessoas sérias, muito engajadas, que discutem abertamente e não impõem ideias. Não lembro de uma discussão sequer em que tenha sido necessário votar, porque sempre um cede um pouco daqui, outro dali, e a gente chega a um consenso.


É também um grupo não-sectarista. Podem chegar lá pra ajudar a construir alunos de APGs, Centros Acadêmicos que representem a Pós, RDs, qualquer aluno que esteja a par – ou queira estar a par – do que acontece na Unicamp e na pós brasileira. O grupo é apartidário – embora tenhamos membros filiados e com simpatias declaradas –, o que, pra mim, é um ganho enorme em termos de movimento estudantil. Ouso ainda dizer que é um grupo não-opressor, o que se poderia esperar de um composto principalmente por homens.


Nas IES por onde passei anteriormente, nunca me interessei muito pela militância. Isso porque as características de lá simplesmente não me atraíram. As formas de abordagem eram pouco eficientes e cristalizadas, os espaços de deliberação eram altamente partidarizados e muitas outras questões.


Esse é o Pró-Pós, do meu ponto de vista, e por isso #euescolhiopropos. Podemos ainda ser poucos e muito de que tentamos não deu muito certo, mas já tentamos muito e, acredito eu, bastante coisa está dando certo.


Como ando numa de paródias:

Vem pro Pró-Pós você também. Vem!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Carta Aberta aos Pós-Graduandos

Prezados colegas pós-graduandos,


Realizamos na última segunda-feira, 03/09, uma reunião a fim de determinar algumas diretrizes básicas comuns aos candidatos à CCPG e ao CONSU esse ano. Embora não haja a inscrição propriamente da chapa, aqueles que assinam essa carta tentarão levar a debate na gestão que se inicia no próximo ano os seguintes temas:


  • Política de complementação das bolsas de pós-graduação;

  • PED: transparência nos processos de seleção e avaliação; foco na formação docente e que não justifique a não-contratação de docentes;

  • Participação ativa de nossa universidade pelo aumento do financiamento para pesquisa, ensino e extensão;

  • Aumento do financiamento estadual;

  • Rediscussão da regulamentação de festas e do uso dos espaços da Unicamp;

  • Melhoria da assistência estudantil (bandejão, moradia, ônibus circulares...).


Além disso, concordamos sobre os seguintes princípios básicos para a próxima gestão:


  • Diálogo constante com os alunos;

  • Transparência: criação de um blog aberto a comentários com os relatos das reuniões;

  • Discussões com a comunidade sobre PNE e PNPG;

  • Discussões sobre os mais variados problemas que os alunos encontram no PED;

  • Debater o financiamento de pesquisa, ensino e extensão;

  • Debater a utilização dos espaços de vivência pela comunidade;

  • Tratar e demandar que as instâncias deliberativas tratem CAs e APGs como entidades institucionais que são e não somente como grupos de indivíduos.


Se houver interesse em se juntar a nosso grupo, compareça a nossa próxima reunião, sexta-feira, às 12:30, no CAL (IEL), na qual abriremos a discussão das pautas acima e a inclusão de outras. Vale sempre lembrar que um consenso entre os participantes até então interessados é de que não admitiremos aparelhamento partidário. Membros de partidos são muitíssimo bem vindos, mas acreditamos que não devemos colocar questões partidárias acima das demandas dos estudantes que pretendemos representar.



Assinam essa carta:

Alan Godoy (FEEC) – Candidato ao CONSU

Amanda Amorim (IEL) – Candidata à CCPG

Deborah Domingues (IMECC) – Candidata ao CONSU

Flávio Silveira (IB) – Candidato à CCPG

Gustavo Shimizu (IB) – Candidato ao CONSU

Kisnney Almeida (IMECC) – Candidato à CCPG

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Carta ao Presidente da Capes

Prezado Professor Doutor Jorge Almeida Guimarães,


Viemos, por meio desta, manifestar formalmente nossa insatisfação quanto à falta de diálogo entre as agências de fomento – e, aqui, enfatizamos a Capes – e os Pós-graduandos. Em diversos eventos informativos ou de recepção de novos estudantes, buscamos contatos com esta agência e não obtivemos retorno.

Enfatizamos que não somos estudantes que passivamente adquirem conhecimento gerado pela universidade, mas nos dedicamos intensamente à pesquisa, ao ensino e a diversos projetos de extensão. Assim, afirmamos, sem sombra de dúvidas, que nossa participação na produção de conhecimento é fundamental e não está recebendo o devido reconhecimento nem social nem econômico.

Reivindicamos, como historicamente outras organizações de pós-graduandos demandaram:

  • Que seja cumprido o PNPG 2005-2010, com o devido reajuste de bolsas;

  • Que haja uma negociação anual – como há em outras classes – por reajuste justo e regular;

  • Que o estabelecimento do valor da bolsa leve em conta os altíssimos custos de viver nos grandes centros urbanos e, portanto, que as bolsas sejam niveladas pelos locais com maior custo de vida;

  • Acréscimo de um valor de taxa de reserva/bancada que os alunos possam gerir, de forma a adquirir materiais, livros e equipamentos que estejam relacionados a suas pesquisas, como há em outras agências de fomento.

  • Que as bolsas permitam alguma estabilidade aos alunos – o que não ocorre atualmente, uma vez que os programas podem cancelar as bolsas a qualquer momento sem abrir qualquer processo interno ou apresentar qualquer justificativa;

  • Que os pós-graduandos sejam socialmente reconhecidos como pesquisadores que somos e que negociemos direitos trabalhistas tais como décima-terceira bolsa e que a pós-graduação conte como tempo para a aposentadoria.


Da forma como atualmente se encontra a pós-graduação, nos questionamos se a decisão mais acertada foi, de fato, perseverar na vida acadêmica ou se seria mais conveniente a iniciativa privada ou os mais diversos concursos públicos que conferem muito mais reconhecimento e direitos. A vida acadêmica não deve ser vista como uma vida de sacrifícios, mas como uma profissão tão digna e respeitável quanto todas as outras.

Os atuais valores de bolsas e a falta de estabilidade tornam proibitiva a ida de muitos estudantes de outras regiões para grandes programas de pós-graduação, mantendo-os restritos a uma certa elite econômica; impede que se constituam famílias; a falta de taxa de reserva/bancada restringe a participação em eventos acadêmicos e por muitas vezes atrasa a pesquisa.

Uma vez que o discurso corrente é de que devemos ser produtivos, afirmamos que a postura da Capes em relação aos pós-graduandos é extremamente contraproducente, pois, ao invés de prover condições para que desenvolvamos pesquisas de qualidade em prazos reduzidos, coloca os alunos em segundo plano, nada fazendo após as tão difíceis reuniões e, portanto, tornando necessária nossa atuação política mais enfática.


Atenciosamente,

Pró-Pós – Movimento de Pós-Graduandos da Unicamp.

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Mas o que têm pós-graduandos a ver com Marcha das Vadias?

É comum pensarem que pós-graduandos vivem confinados em suas pesquisas sobre o brilho da ponta da agulha refletindo o sol de meio-dia e não fazem mais nada da vida. Alguns pós-graduandos, inclusive, pensam e agem dessa forma. Há muitos, entretanto, que eventualmente se engajam em algumas causas. Nesse grupo, há, ainda, aqueles que lutam continuamente por uma vida mais digna para si e para os outros. Acredito que seja nesse grupo que se encaixa o Pró-Pós.

Esse motivo por si só já é o bastante para nos vermos inclinados a apoiar os mais diversos movimento sociais. Entretanto, não temos a ambição de, sem conhecimento, debate e consenso dentro do grupo, apoiar qualquer movimento. Dessa forma, é preciso que nos limitemos às lutas nas quais nossos participantes já se envolvem. E violência é algo que revolta a todos nós, independente da área, do tema de pesquisa, de ser pós-graduanda ou pós-graduando.

Por isso manifestamos nosso apoio à Marcha das Vadias, acreditando no poder informativo da mesma e sua importância no processo de conscientização pelo fim da violência contra a mulher, bem como sua luta contra o sexismo. Marchamos juntos porque defendemos igualdade entre homens e mulheres no meio acadêmico, porque zelamos por respeito entre professores e alunas/os, porque é preciso viver em paz também para desenvolver pesquisas. Marchamos juntos porque, afinal, se mexeu com uma, mexeu também conosco.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Mera caridade

Da APOGEEU (Associação de Pós-Graduandos - FEEC - Unicamp)

Alguma vez você já assistiu ou leu uma matéria de jornal falando sobre algum avanço científico realizado em alguma universidade brasileira e notou que, ao falar do autor desse avanço, o jornal se referiu a ele como "pesquisador", não como "professor"? Normalmente quando isso ocorre o tal pesquisador é um aluno de mestrado ou doutorado naquela universidade.

Com a exigência cada vez maior do aumento de qualidade e de eficiência na universidade o trabalho de um professor tem ficado mais e mais corrido. Ele precisa preparar aulas para graduação e pós-graduação, preparar e revisar artigos, participar de comitês científicos, desempenhar funções administrativas dentro da universidade, orientar seus alunos de mestrado e de doutorado e manter-se atualizado sobre os mais recentes desenvolvimentos científicos em sua área de atuação. Tantas tarefas a serem feitas em tão pouco tempo, junto com uma crescente demanda pela publicação de trabalhos (a chamada política do "publique ou pereça"), fazem com que a função de um professor seja cada vez mais a de um líder de grupo de pesquisa do que a daquele velho cientista solitário. Nessa posição de líder, cabe ao professor definir as frentes que serão abordadas pelo grupo e orientar em algumas das decisões de como as pesquisas serão feitas, ficando a cargo de seus alunos (especialmente os de pós-graduação) o papel de desenvolver o estudo em si através de profundos levantamentos bibliográficos, projetos de experimentos, muitos e muitos dias em laboratório e, por fim, a apresentação dos resultados obtidos. Esta situação é tão real que atualmente é considerado quase impossível que um professor tenha relevantes trabalhos de pesquisa sem que ele esteja envolvido com a pós-graduação de sua faculdade. Aliás, nesta mesma noite de domingo em que escrevo este texto, muitos pós-graduandos estão trabalhando arduamente em seus laboratórios ou mesmo em suas casas, realizando experimentos, lendo ou escrevendo artigos científicos, ou preparando aulas que deverão ministrar para alunos de graduação. Provavelmente vários destes futuros mestres e doutores passarão esta noite em claro para conseguir terminar seus trabalhos.

No entanto, apesar de todo esse esforço exigido destes pesquisadores, seu trabalho quase nunca é reconhecido como tal pela sociedade. Quando uma pessoa pergunta a alguém "o que você faz?" e ouve como resposta de seu interlocutor que ele faz mestrado ou doutorado a reação mais comum que ela terá é perguntar "mas você só estuda, não trabalha?". Claro, não se pode culpar o "cidadão comum", afinal o meio científico poucas vezes fez questão de se apresentar ao grande público. O triste, porém, é que este mesmo comportamento também é visto onde mais se esperaria alguma forma de apoio e reconhecimento, nas agências federais de incentivo à pesquisa e à pós-graduação. Ao que parece, a CAPES e o CNPq vêem as bolsas pagas aos alunos de pós como ações de caridade, o que pode ser notado no fato de que, apesar de o Governo Federal propagandear o crescimento da participação brasileira na produção científica mundial (feito principalmente sobre as costas dos alunos de mestrado e doutorado), o último reajuste dos valores da bolsa foi feito em 2008, há mais de 3 anos, não havendo qualquer sinalização de aumento nem mesmo para 2012! A situação mostra-se ainda mais grave quando se considera que um aluno de pós-graduação não possui direitos trabalhistas, como previdência social, férias ou décimo-terceiro. O único direito garantido, que é a licença-maternidade, foi conseguido apenas no último ano, após muita luta.

As dificuldades iniciam-se logo quando o aluno ingressa na pós: como esta etapa da vida demanda muito trabalho, é comum os professores cobrarem que os pesquisadores de seu grupo dediquem-se exclusivamente a seus mestrados e doutorados, eliminando, assim, a possibilidade de que eles se sustentem através de um outro emprego. Porém, como as agências federais cobram que as universidades ocupem sempre todas as bolsas disponibilizadas a elas, poucas destas podem ser reservadas para os novos alunos. Isso faz com que quando alguém ingresse na pós esta pessoa não tenha quaisquer garantias sobre quando irá começar a receber sua bolsa, ou mesmo se irá recebê-la. A escolha pela dedicação exclusiva à pós-graduação torna-se, assim, um tiro no escuro. Caso o aluno tenha sorte e consiga sua bolsa ele já irá encontrar um valor muito defasado, porém ao longo dos anos a situação irá se tornar ainda mais difícil. Os reajustes de valores realizados são sempre muito esporádicos de forma que, ao final de sua pós-graduação, um aluno de doutorado poderá ter perdido um quarto de seu poder de compra. Esta situação faz com que muitos dos futuros doutores cheguem aos 30 anos sem qualquer patrimônio, dinheiro para emergências ou mesmo contribuição para o INSS. Creio que, com o que já foi exposto, não seja necessário dizer o quanto constituir família é uma decisão difícil durante este período.

Concentrando-se apenas em engenharia e tecnologia, cuja falta de profissionais é apontada como um dos atuais limitantes para o desenvolvimento do país, o baixo número de mestres e doutores na área é tamanho que motivou a Comissão de Serviços e Infraestrutura do Senado a recentemente propor uma lei que flexibilizasse a exigência de pós-graduação para professores destes cursos. Também, pudera, por lei o salário-mínimo de uma pessoa formada em engenharia, trabalhando 8 horas por dia, é de cerca de R$ 4.600,00 enquanto que a bolsa de mestrado para a mesma pessoa formada em engenharia é de apenas R$ 1.200,00. Assim, os poucos interessados em fazer uma pós-graduação na área o fazem só por idealismo -- de serem professores, de estarem sempre juntos ao limiar do conhecimento ou de ajudarem o país. Isto é insuficiente para o Brasil, que precisa tanto resolver gargalos de infraestrutura e gerar riqueza para resolver seus problemas sociais. Fica claro, portanto, que mantida essa política governamental de desvalorização dos futuros mestres e doutores essa deficiência de pessoal capacitado no país irá se perpetuar.

Não apenas para a formação de professores universitário, o maior incentivo à pós-graduação em engenharia e tecnologia é necessário também para que o país possa gerar conhecimento e inovações próprias, deixando de ser apenas um importador de tecnologias. Esta demanda fica ainda mais necessária nesse momento em que indústrias têm migrado de todo o mundo para países com mão-de-obra barata, mantendo-se nacionais apenas os serviços que exigem alto nível de especialização. Esta situação, que começa a ser vista também no Brasil, pode ser observada nos EUA, onde o projeto de dispositivos de alta tecnologia é feito em solo americano mas a produção industrial deles é realizada principalmente na China. Assim, as empresas não inovadoras estão fadadas a serem "exportadas" para outros países. Nas vezes em que buscou investir em pesquisa e desenvolvimento o Brasil teve experiências positivas, como pode ser visto na agricultura, na exploração de petróleo e na aviação. É importante ressaltar que, para cumprir esse objetivo, é preciso atrair para a pós-graduação mais pessoas com alta capacidade, algo que depende muito do aumento do valor das bolsas de pós-graduação e não apenas do aumento do número destas, que é a política adotada pelo Governo Federal e por suas agências nos últimos anos.

O aumento apenas do número de bolsas de pós-graduação parece ser parte de uma política que busca colher apenas resultados eleitorais, afinal um aumento no número de inscritos em mestrados e doutorados é muito mais impactante no ouvido do eleitor do que o reajuste do valor das bolsas. Esse mesmo tipo de comportamente pode ser visto no programa Ciência sem Fronteiras, que pretende oferecer 75 mil bolsas para que alunos de graduação e de pós tenham experiências internacionais. Com certeza essa é uma nobre ideia, mas cabe também notar que atualmente já há bolsas disponíveis para esta finalidade que sequer são preenchidas por falta de procura. Sendo o caso, não seria mais adequado para o país que estes recursos fossem aplicados para a melhoria das condições da pós-graduação no país?

Apesar de problemas nas políticas da CAPES e do CNPq, certamente muitas das atitudes exigidas para sanar os problemas aqui levantados exigiriam mais recursos para a Ciência, a Tecnologia e o Ensino Superior. Assim, peço aos senhores deputados, que estão no momento preparando o orçamento da União, que pensem sinceramente no Brasil que precisamos para o futuro e quais são as formas como poderemos alcançá-lo. Creio que todos verão o papel crucial que a pós-graduação tem para esse novo país.

Fonte: http://www.apogeeu.fee.unicamp.br/notícias/3042

sábado, 21 de maio de 2011

Aula de Matemática

Vamos ver quanto sobra para um mestrando sozinho (sem família para sustentar) gastar com diversão, saúde, curso de língua (que é obrigatório na vida acadêmica), comprar livros, cortar o cabelo, visitar a família (que normalmente mora longe), pagar o INSS (pós-graduando não tem direitos trabalhistas, então não tem aposentadoria se não pagar à parte!) e por aí vai. Suponhamos que nosso pós-graduando more em Campinas e economize até os últimos centavos que tem. Lembramos que esse pós-graduando tem algo em torno de 25 anos e precisa estudar muito, então não pode morar em uma casa com mais 15 pessoas para diminuir seus gastos!

1200,00 (bolsa de mestrado)
- 600,00 (pra dividir um apartamento e suas contas com mais três pessoas)
- 150,00 (transporte público - ida e volta da universidade)
- 100,00 (almoço e jantar diários no bandejão da Unicamp)
- 250,00 (supermercado: higiene pessoal e demais gastos com alimentação - café da manhã e refeições no final de semana)
________
100,00

Pois é, com os gastos mínimos para se manter, o nosso mestrando conseguiu economizar somente R$100,00! Esse valor não paga sequer o custo de um livro técnico. Agora imagine que esse pós-graduando fique doente: ele irá depender do SUS e, muitas vezes precisará comprar remédios que não são distribuídos de graça. Eu mesmo, que estou escrevendo esse post agora, preciso tomar um remédio cujo genérico mais barato já me custa mais do que esses R$100,00 por mês.

Traduzindo, para fazer pós no Brasil é preciso trabalhar o dia inteiro e ainda assim precisar contar com a ajuda dos pais (isso se esse pós-graduando tiver sorte e seus pais tenham condições de o ajudar!), mesmo depois de formado? Aí fica a pergunta: como a CAPES e o CNPq esperam que os melhores alunos das melhores faculdades brasileiras se submetam a essas condições?

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Reajuste das bolsas de pós, ou #BolsaJusta


O pós-graduando sabe bem das dificuldades de quem faz um mestrado ou um doutorado no país: trabalho em horários inusitados, falta de reconhecimento por parte de muitas pessoas (quem nunca ouviu os clássicos "você só faz pós? mas não trabalha?"), necessidade de escrever artigos a todo o custo, laboratórios muitas vezes sem condições para pesquisa e ausência de quaisquer coisas que se aproximem a direitos trabalhistas (como férias, décimo-terceiro) são só alguns dos exemplos. Mas as questões que mais assolam os alunos de pós-graduação são a falta de bolsa e os valores extremamente defasados destas.

Apesar de muitos não saberem disso, parte significativa (ousaria dizer que bem mais da metade) da pesquisa científica e tecnológica de nosso país ampara-se no trabalho de alunos de pós-graduação, através da execução de experimentos, revisões bibliográfica, projetos etc. No entanto, apesar da posição estratégica que esses alunos de mestrado e doutorado ocupam para o desenvolvimento do país, o valor das bolsas pagas pelo CNPq e pela CAPES é irrisório. O próprio Plano Nacional de Pós-Graduação 2005/2010 (disponível no site da CAPES) já alegava que as bolsas de pós deveriam ter reajuste real de 50% até o ano passado. O que se viu, no entanto, foi a perda real de 5% no valor das bolsas no período (segundo o IPCA, medido pelo IBGE).

Apesar de não almejar ser um salário, a bolsa não pode ter um valor exageradamente discrepante daquele que um profissional com formação similar àquela exigida pela pós receberia se exercesse outra função. Vejamos o caso das engenharias: o salário mínimo de um profissional contratado como engenheiro é de cerca de R$4600,00, enquanto a bolsa de alguém que opte por seguir um mestrado é de R$1200,00. Vale lembrar que as agências cobram dedicação exclusiva – quando permitem acúmulo com a bolsa, o emprego deve ser de poucas horas e relacionado á pesquisa. Não é de estranhar o fato de que já faltam candidatos à pós-graduação nessa área!

Para agravar tal situação, o último reajuste no valor das bolsas CAPES/CNPq foi realizado há três anos. Neste período, a inflação foi de cerca de 17%, o que significou uma perda de poder de compra de R$200,00 para mestrandos e R$300,00 para doutorandos. Por essas e outras, o Pró-Pós, junto da Associação Nacional de Pós-Graduação, está realizando uma campanha pelo reajuste do valor das bolsas de pós. Já estamos nos mobilizando nas redes sociais! Adicione ao seu avatar no Twitter e no Facebook o nosso twibbon, disponível em:
Utilize também a hashtag da campanha, #BolsaJusta, e divulgue a situação dos pós-graduandos pelo Brasil afora. Há também o abaixo-assinado virtual da ANPG. Assine-o também e divulgue:
Você pode obter mais informações sobre a campanha, saber das tentativas de negociação e ler mais sobre a vida dos alunos de pós pelo site da ANPG:
Em breve, estaremos divulgando mais ações, tanto no mundo real quanto no virtual! Fique ligado!

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Recepção aos Pós-graduandos ingressantes 2011

Programação do evento!!! (23/02)

9h30
Evento de recepção aos ingressantes estrangeiros
Local: Ginásio da FEF


10h30
Abertura do Evento
Local: Ginásio da FEF
- Boas vindas por parte dos alunos e breve apresentação do movimento de pós-graduandos da Unicamp


10h35
Aula magna
Local: Ginásio da FEF
- Convidados: Prof. Dr. Euclides de Mesquita Neto (PRPG) e Prof. Dr. Fernando Costa (reitor)
- Tema: A Unicamp – Passado, presente e futuro. Breve apresentação sobre a história da Universidade, seu estado atual e perspectivas para o futuro


12hs
Intervalo para o almoço


14hs
Visita guiada pelo campus e por Campinas
- Concentração no estacionamento da Biblioteca Central
- Realizada em parceria com o projeto Unicampinas
- Passeio de ônibus, com o apoio de guias, apresentando diversos aspectos do campus e da cidade


17hs
Coffee-break e atividades culturais
Local: Ginásio da FEF


19hs
Encerramento das Atividades

Mais informações em:

http://www.lrc.ic.unicamp.br/~maripiquet/proposunicamp/

domingo, 30 de janeiro de 2011

Pró-Pós Unicamp


O Pró-Pós surgiu com o intuito de agregar todos os interessados em construir uma trajetória cada vez mais próspera e eficaz para a pós-graduação da Unicamp. Pretendemos ser um movimento aberto, com espaço para toda e qualquer pessoa da comunidade Unicamp participar igualmente nas investidas que buscam ampliar e amplificar os objetivos da pós-graduação de nossa universidade, contribuindo com a interação e cooperação multidisciplinar, consolidação de recursos básicos, conscientização acadêmica/social/profissional e fomento ao exercício da cidadania, desde a atuação micro até a macro. Todos são bem-vindos, estudantes, representantes ou não, professores, funcionários, diretores etc., todos que se interessem pela construção e consolidação desse movimento que é tão importante para a solidificação da pós-graduação.

Atualmente, compõem o grupo a ANPG (Associação Nacional dos Pós-Graduandos), representantes discentes, diretores e membros de APGs e Centros Acadêmicos de diversos institutos, além de estudantes em geral sem cargo representativo específico.