sexta-feira, 20 de maio de 2011

Reajuste das bolsas de pós, ou #BolsaJusta


O pós-graduando sabe bem das dificuldades de quem faz um mestrado ou um doutorado no país: trabalho em horários inusitados, falta de reconhecimento por parte de muitas pessoas (quem nunca ouviu os clássicos "você só faz pós? mas não trabalha?"), necessidade de escrever artigos a todo o custo, laboratórios muitas vezes sem condições para pesquisa e ausência de quaisquer coisas que se aproximem a direitos trabalhistas (como férias, décimo-terceiro) são só alguns dos exemplos. Mas as questões que mais assolam os alunos de pós-graduação são a falta de bolsa e os valores extremamente defasados destas.

Apesar de muitos não saberem disso, parte significativa (ousaria dizer que bem mais da metade) da pesquisa científica e tecnológica de nosso país ampara-se no trabalho de alunos de pós-graduação, através da execução de experimentos, revisões bibliográfica, projetos etc. No entanto, apesar da posição estratégica que esses alunos de mestrado e doutorado ocupam para o desenvolvimento do país, o valor das bolsas pagas pelo CNPq e pela CAPES é irrisório. O próprio Plano Nacional de Pós-Graduação 2005/2010 (disponível no site da CAPES) já alegava que as bolsas de pós deveriam ter reajuste real de 50% até o ano passado. O que se viu, no entanto, foi a perda real de 5% no valor das bolsas no período (segundo o IPCA, medido pelo IBGE).

Apesar de não almejar ser um salário, a bolsa não pode ter um valor exageradamente discrepante daquele que um profissional com formação similar àquela exigida pela pós receberia se exercesse outra função. Vejamos o caso das engenharias: o salário mínimo de um profissional contratado como engenheiro é de cerca de R$4600,00, enquanto a bolsa de alguém que opte por seguir um mestrado é de R$1200,00. Vale lembrar que as agências cobram dedicação exclusiva – quando permitem acúmulo com a bolsa, o emprego deve ser de poucas horas e relacionado á pesquisa. Não é de estranhar o fato de que já faltam candidatos à pós-graduação nessa área!

Para agravar tal situação, o último reajuste no valor das bolsas CAPES/CNPq foi realizado há três anos. Neste período, a inflação foi de cerca de 17%, o que significou uma perda de poder de compra de R$200,00 para mestrandos e R$300,00 para doutorandos. Por essas e outras, o Pró-Pós, junto da Associação Nacional de Pós-Graduação, está realizando uma campanha pelo reajuste do valor das bolsas de pós. Já estamos nos mobilizando nas redes sociais! Adicione ao seu avatar no Twitter e no Facebook o nosso twibbon, disponível em:
Utilize também a hashtag da campanha, #BolsaJusta, e divulgue a situação dos pós-graduandos pelo Brasil afora. Há também o abaixo-assinado virtual da ANPG. Assine-o também e divulgue:
Você pode obter mais informações sobre a campanha, saber das tentativas de negociação e ler mais sobre a vida dos alunos de pós pelo site da ANPG:
Em breve, estaremos divulgando mais ações, tanto no mundo real quanto no virtual! Fique ligado!

3 comentários:

  1. #BolsaJusta, #Bolsanecessária!!!
    Bolsa não é prêmio, nem esmola!
    Abaixo os elitistas que acham que biólogo formado tem que se virar por no mínimo 6 anos de pós-graduação se auto bancando e morando na casa dos pais!
    Uma crítica/sátira ao sistema atualmente proposto na pós-graduação em Biologia vegetal da Unicamp:
    http://www.youtube.com/watch?v=AeJJPSI9ghE

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  2. Bolsa, que isto? Chega antes do dia 10 e acaba antes do dia 12!
    É uma vergonha ver os pesquisadores brasileiros pedirem esmola.

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